Painéis Solares autolimpantes

A poeira diminui a quantidade de energia que o painel solar capta

10/09/2010


Tecnologia utilizada em missões espaciais para Marte pode ajudar a manutenção de painéis solares. Empresas que possuem instalações com teto solar poderão em futuro próximo adquirir painéis autolimpantes baseados nessa tecnologia. Estas informações foram apresentadas na edição de 2010 do Encontro Nacional da Sociedade de Químicos Americanos (ACS, na sigla em inglês), reporta o site ScienceDaily.

O cientista que liderou o estudo, Malay Mazumder, da Universidade de Boston, Estados Unidos, disse ao ScienceDaily que “os painéis autolimpantes usados em áreas de grande concentração de poluentes beneficiarão os sistemas de energia solar”. Segundo Mazumder, “é a única tecnologia de limpeza automática que não utiliza água ou movimentos mecânicos”.

Os cientistas afirmam que a popularidade da energia solar é crescente, então é necessária a busca de novos métodos que a evoluam. O uso de energia solar cresceu mais de 50% na última década. Para Mazumder, é uma prova de que a sociedade pensa cada vez mais na sustentabilidade e em uso de meios de obtenção de energia alternativos.

Painéis de energia solar gigantes existem atualmente em poucos países. São eles: Estados Unidos, Índia, Espanha, Austrália e Alemanha, além de regiões do Oriente Médio. Normalmente, tais painéis se localizam em áreas desérticas, nas quais o clima seco e o vento levam a poeira para os tetos solares. A poeira diminui a quantidade de raios solares que o painel capta. A consequência é a menor produção de energia. Como água é rara nestas áreas, torna-se caro a manutenção por meios usuais.

A equipe de cientistas trabalhou inicialmente com a Nasa, criando o painel solar autolimpante para uso em missões em Marte, pois é um planeta extremamente seco. Ajudaria as futuras missões lá enviadas a evitarem a sujeira.

A tecnologia é feita de material de sensibilidade elétrica depositado no vidro ou de uma “folha plástica” transparente cobrindo o painel. Sensores monitorando os níveis de poeira e captam quando o nível está muito alto. Passam a enviar cargas elétricas que repelem a sujeira. Segundo Mazumder, em dois minutos quase 90% da poeira é retirada, e a energia requisitada é mínima. O preço de mercado do painel, atualmente, gira em torno de US$ 24bi.

Fonte: Terra